4 de set. de 2012

os anormais

Wrong century, Tomas Kucerovsky

"O que não tem nada a ver é as pessoas partirem do princípio de que eu tenho problemas de baixa auto-estima só por ser gorda. Pode acreditar: MUITA gente é gorda e não se odeia."

Aqui (em inglês).

* * *
Enquanto isso, cada vez mais se fortalece, na sociedade e na academia, o movimento que questiona a identificação automática entre obesidade e doença. E questiona, aliás, os próprios limites que definem obesidade. Não será possível uma pessoa ser mais saudável gorda do que magra? Leia aqui.

E, afinal, o que impediria um surfista de 180 quilos de encarar ondas gigantes?


(E o quanto não haverá de interesse econômico por trás da crescente patrulha demonizadora da obesidade, que chega a beirar o persecutório "ame o pecador, mas odeie o pecado"?)

* * *


É essa patrulha do corpo que insiste em enquadrar todo mundo num padrão que não é de ninguém e na verdade deixa todo mundo de fora: gordos e magros, altos e baixos, míopes e vesgos, loiros e morenos,  pretos e amarelos, mulheres, crianças e velhos, e LGBTTIs e todas as outras letras, e "deficientes" de todas as cepas. Vamos falar sobre mecanismos de controle e poder, não é? Porque mesmo quem mais se aproxima do "padrão" fica prisioneiro de ter de corresponder a ele.

Leia a entrevista aqui

"Aqui está a chave do bullying: é uma violência contra o corpo fora da norma. Vejam que não falo em normal, pois norma e normal se confundem para a imposição das regras sob o corpo. O corpo que foge da regra – seja nos olhos da menina vesga, nas pernas do menino cadeirante, ou no cabelo da menina negra – é matéria suficiente para ação do indivíduo ou do grupo provocador." (Debora Diniz, aqui)

"O homem é programado, desde pequeno, para que seja agressivo. Raramente a ele é dado o direito que considere normal oferecer carinho e afeto para outro amigo em público. Manifestar seus sentimentos é coisa de mina. Ou, pior, é coisa de bicha. De quem está fora do seu papel. (...) Já passou o momento de sairmos de nossa zona de conforto e começarmos a educar nossos filhos para viverem sem medo. E não para serem inimigos de quem não tem pênis." (Leonardo Sakamoto, aqui)

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